quinta-feira, 13 de março de 2014
Serpentine Gallery no Cosmos
A percepção confronta a realidade através da sua escala, que por sua vez lhe redefine a proporção, sendo que é através desta relação (na matemática, traduzida através da razão) que a matéria e energia se redefinem e se descobrem. Não é de admirar que tudo que é resultado da existência é sempre tido em conta, a escala do observador, que por sua vez contrapõe a escala do observável. A distância a que nos propomos em relação a algo, é o factor que redifine constantemente os limites da nossa percepção. É curioso, como o vazio define conceitos como concreto, denso, matéria e vice-versa. No modelo atómico, unidade de construção de tudo o que é sólido, verificamos, que na realidade, o modelo atómico é mais 'vazio' que 'cheio', o que levanta a clara conclusão que é de vazio que somos preenchidos. Este momento acompanha o micro-cosmos e o macro-cosmos, observando as galáxias como organismos repletos de uma densidade estelar, que na realidade são constituídos por mais espaço vazio que matéria. Este pavilhão, que me parece ser desnecessário nomear, é a conjugação artística deste entendimento e por sua vez a formalização estrutural da arquitectura, que se redefine, consoante a escala a que nos propomos e a distância a que nos situamos quando a contemplamos ou vivemos. Quando mergulhamos nela, provavelmente, a súbita analogia de quem se concentra num fractal que se repete infinitamente do micro ao macro, redefinindo a sua forma, mas também a sua relação com a envolvente. É efémero e ao mesmo tempo eterno, é compacto e translúcido, relativo ao observador.
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